Em entrevista, a representante regional da Aripar no Centro Sul, Clícia Silva, falou dos desafios e do futuro do Registro de Imóveis, além das mudanças tecnológicas
Com o intuito de conhecer a atuação e as perspectivas dos registradores de imóveis paranaenses, a Associação dos Registradores de Imóveis do Paraná (Aripar) promove uma série de entrevistas com os Representantes Regionais da entidade. A série especial tem por objetivo apontar os caminhos da profissão, as mudanças decorrentes da pandemia de Covid-19, e os serviços eletrônicos.
Em entrevista à Aripar, a oficial do Serviço de Registro de Imóveis de Pinhão/PR, Clícia Maria Roquetto Silva, apresentou sua perspectiva a respeito de serviços eletrônicos, desafios, inovações e o futuro do Registro de Imóveis no Paraná.
Clícia Silva atua como oficial no Registro de Imóveis de Pinhão há quatro anos, é representante regional de sete Cartórios de Registro de Imóveis na região Centro Sul, que congrega as cidades de Pitanga, Palmital, Quedas do Iguaçu, Laranjeiras do Sul, Cantagalo, Guarapuava, Pinhão.
Leia a entrevista completa:
Aripar – Quais são os maiores desafios para o Registro de Imóveis, considerando seu local de atuação?
Clícia Maria Roquetto Silva – Na Comarca de Pinhão, o maior desafio é efetivar a Regularização Fundiária Urbana como forma de garantir o direito constitucional à moradia digna, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Estima-se que 70% dos imóveis urbanos da Comarca estejam em situação de irregularidade, o que prejudica o desenvolvimento dos municípios, a integração social, e a geração de emprego e renda. Iniciamos um trabalho com a Prefeitura para regularizar os núcleos urbanos informais do município de Pinhão e estamos colhendo os primeiros frutos: recentemente entregamos uma Regularização com mais de 200 imóveis devidamente identificados e titulados por meio da legitimação fundiária.
Aripar – Como pretende integrar os registradores da região? Quais ações pretende adotar na regional?
Clícia Maria Roquetto Silva – A comunicação entre as pessoas nunca foi tão global quanto agora e essa nova sociedade marcada pelo fato de que a informação opera como essência nas relações sociais, econômicas e políticas é uma realidade. O uso de novas tecnologias é mais que positivo, é imprescindível para a sobrevivência da atividade.
Aripar – Os serviços eletrônicos e as atividades digitais já são realidade nos cartórios paranaenses. Como avalia os serviços prestados pelo Registro de Imóveis durante a pandemia do coronavírus?
Clícia Maria Roquetto Silva – A pandemia do COVID-19 veio para ressaltar a importância e impacto dos serviços eletrônicos na atividade. Em um momento em que o contato físico não é recomendado, é o serviço eletrônico que garante a continuidade na prestação dos serviços, facilitando a comunicação entre ofícios de registro de imóveis e tabelionatos, usuários de forma geral, Poder Judiciário e a administração pública, proporcionando eficácia e celeridade na prestação do serviço público.
Aripar – Como a população se beneficia dos serviços eletrônicos?
Clícia Maria Roquetto Silva – Os serviços eletrônicos colaboram para a expansão do alcance aos serviços notarias e registrais, desempenhando função de interesse público e garantindo a segurança jurídica que se espera, de forma ágil e eficaz. Observei que em minha comarca a demanda maior pelo serviço eletrônico concerne a pedidos de certidões e visualização de matrículas. Em uma Comarca pequena, como a minha, a grande maioria dos usuários, quando se refere aos atos registrais específicos, ainda procuram pessoalmente a serventia para aconselhamento e orientação.
Aripar – Que futuro podemos esperar para o Registro de Imóveis?
Clícia
Maria Roquetto Silva – Vivemos um mundo de incomensuráveis
possibilidades. O tripé Internet das coisas, Big Data e Inteligência Artificial
proclama alterar as relações sociais, e ainda é prematuro calcular as
decorrências desta metamorfose. Necessitamos de um Registro de Imóveis ágil,
eficiente, seguro, e que atenda às necessidades do mercado, da sociedade e do
Estado, o que espero que seja alcançado com a concretização do ONR. Acredito
que iremos alcançar isso com a implantação de uma central eletrônica nacional, em
que exista integração e padronização entre todas as serventias do País. As
peculiaridades estaduais opostas em seus Códigos de Normas próprios devem
acabar e toda a classe trabalhar de forma homogênea e regular.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Aripar